Desc: Brossa: Dirigido por Digna Sinke. Uma noite, nas trincheiras durante a Guerra Civil Espanhola, Joan Brossa ouviu uma voz chamar o seu nome. Ele não viu ninguém e caminhou em direção ao local de onde pensava que vinha o som. Um momento depois, um projétil atingiu o chão onde ele estava. A partir daquele momento, Brossa quis ser poeta. Depois da guerra, Barcelona era “um deserto de expectativas”, segundo o filósofo Arnau Puig. A ditadura de Franco pôs fim a toda liberdade. Nenhuma expectativa era mais possível. Mas Brossa e os seus amigos Antoni Tàpies, Modesto Cuixart, Ponç e Arnau Puig fundaram um grupo a que chamaram Dau al Set: dados sete. Claro que nunca se pode lançar um sete e era isso que eles queriam, com toda a sua imprudência juvenil: o impossível. Em 1948, Brossa escreveu o roteiro de um curta-metragem. Ele era louco por cinema, mas não sabia nada sobre a prática de fazer filmes. O filme foi mágico para Brossa. Lluis Riera seria o diretor e os outros amigos desempenhariam papéis. Mas o filme nunca foi feito e o roteiro apareceu cerca de 50 anos depois, para marcar o centenário do cinema, em um livro chamado Anthologie du Cinéma Invisible, de Christian Janicot. O documentário BROSSA não é o retrato de um artista, mas tenta, de todos os ângulos, examinar o porquê de o mundo ocasionalmente se comover um pouco.